COMUNIDADES INVISIBILIZADAS: diálogos com saberes de emancipação na prática da prostituição de rua
Resumo
Este artigo é resultado de investigações desenvolvidas em diálogo com mulheres prostitutas em pontos de parada de caminhoneiros na cidade de Canas, Estado de São Paulo. As reflexões, apresentadas, foram formuladas durante o desenvolvimento de pesquisas na disciplina Educação como Cultura, do curso de Pós-Graduação Stricto Senso a nível de Mestrado na área de Educação. Objetivou-se com este apreender os sentidos subjetivos produzidos por mulheres que atuam na prostituição, compreender processos educativos consolidados na prática da prostituição, assim como superar preconceitos dos saberes de experiência na prática da prostituição. Como base teórico-metodológica foram utilizados os referenciais da Educação Popular, como subsídio para o levantamento e análise das entrevistas obtidas com mulheres que prestam serviços sexuais de rua. Para tanto, buscou-se inicialmente, contextualizar a prostituição como profissão, desvendar a trajetória das participantes e sua inserção neste tipo de atividade, assim como, levantar os sentidos subjetivos relacionados a essa atividade profissional. Participaram das pesquisas sete prostitutas que trabalham na rua “ em um pátio de posto de combustível” das pesquisas abordamos neste artigo as contribuições de Regina, Fernanda e Maria. O levantamento dos dados deu-se por meio de entrevistas abertas tendo como foco “ o que elas aprendem e ensinam no exercício da atividade de prostituição”. Neste estudo optou-se pelo estudo de natureza qualitativa baseado na epistemologia qualitativa que conforme defende Rey, (2005) “entre o pensamento e a linguagem, está a emoção e que, por isso, nem sempre os sentidos subjetivos podem ser captados nas expressões diretas do sujeito”. Acredita-se, entretanto, que com a metodologia adotada permitiu superar estigmas e desvendar os caminhos construídos pelas participantes no exercício da atividade e que as colocam como agentes de suas próprias transformações, na busca pelo ser mais, contrapondo-se a posição da sociedade que as torna invisibilizadas.